O trabalho de Marta de Menezes faz proliferar os seus significados
neste contínuo que desdobra o modernismo estético e social de Mondrian,
a desconstrução, enquanto processo de redução e reinscrição, e as
biotecnologias que fazem ecoar inquietantemente o trabalho de redução e
reinscrição do "livro" da natureza, essa figuração do irredutível e do
inscrevível por excelência.
É o pensador português mais decisivo e desconcertante dos últimos trinta anos. É certo que viveu longe de Portugal. É certo que nada faz para a sua auto-promoção, e que a maioria dos seus textos está dispersa por revistas e outras publicações colectivas. Tem o seu lado bom. Hermínio é um sociólogo atípico. É um sociólogo da ciência e da tecnologia e também um arqueólogo das ideias. — por João Urbano e Paulo Urbano.
Este livro debruça-se sobre as implicações, os impactos e repercussões do devir tecnocientífico a nível planetário tendo como eixo a condição humana, e procede a uma desmontagem e desactivação das narrativas, muitas delas de teor messiânico, que legitimam e extremam esse devir.
Neste texto, gostaria de propor uma especulação a respeito da relação entre experiência, técnica e memória. Tal relação deve ser pensada a partir do caráter constitutivo da técnica em relação ao humano, embora o faça buscando apontar incoerências presentes tanto no humanismo antropocêntrico quanto no discurso ideológico pós-humanista que busca suplantá-lo. Sugiro que a noção de experiência, aliada à lógica derridiana da suplementaridade técnica, pode nos auxiliar na empreitada.